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Mensagem do Dia:

Mensagem do dia: Quem não se ama não sabe amar ninguém!!
Versículo do dia: "Não são as pessoas sadias que precisam de médico, mas as doentes. Eu não vim pra chamar justos, mas sim pecadores".

sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal, Festa da Misericórdia!


"Ora, enquanto lá estavam, chegou o dia em que ela devia dar à luz; ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na sala dos hóspedes.
Havia na mesma região pastores, que viviam nos campos e montavam guarda durante a noite junto a seu rebanho. Um anjo do Senhor se apresentou diante deles, a glória do Senhor os envolveu de luz e eles ficaram tomados de grande temor. O anjo lhes disse: ‘Não tenhais medo, pois eis que eu venho anunciar-vos uma boa nova, que será uma grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos hoje, na cidade de Davi, um Salvador, que é o Cristo Senhor; eis um sinal que vos é dado: achareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura’. De repente, apareceu uma multidão da milícia celeste que cantava os louvores de Deus e dizia: ‘Glória a Deus no mais alto dos céus e sobre a terra paz para os seus bem-amados" (Lc 2,14).
A exaltação angélica manifesta paralelamente dois componentes singulares que o nascimento de Cristo proporcionou: glória a Deus e a paz aos seus bem-amados – nos céus e na terra. O nascimento de Jesus realiza a glória de Deus e a paz aos homens.
Essa glória manifesta o esplendor divino; é também o reconhecimento, por parte do homem, da bondade e da misericórdia divina, das maravilhas pelo Senhor realizadas em sua vida, da primazia de Deus sobre todas as coisas. É o verdadeiro entendimento de que Deus é Deus e de que o homem é criatura de Deus, limitada, fraca, pecadora, dependente dele; mas é também alvo da benevolência de Deus, é o bem-amado de Deus. O encontro com o Menino Deus gera a compreensão de que Deus se fez carne para trazer a salvação, impulsionado simplesmente pelo amor gratuito e profundo pelo homem.
A paz, também cantada pelo anjo, indica muito mais do que ausência de guerra e de conflitos humanos, mas "toda sorte de bens espiritual e físico: a felicidade perfeita, a salvação que o Messias viria dar, a plenitude da Paz. A verdadeira paz que não vem dos homens, mas vem de Deus" (Regras de Vida Shalom, 131). Jesus é a nossa paz. É Ele que nos reconcilia com Deus, através do perdão dos pecados, e derrama sobre nós o dom do Espírito de Deus.
Como o homem pode fazer essa experiência? O que pensar quando bem próximo do nascimento de Jesus um jovem entra num cinema com uma arma muito potente e dispara em direção à platéia vários tiros que levaram três jovens à morte? Que significado tem o Natal diante do crescimento assustador da violência? Que significado tem o Natal diante da morte de tantos homens, mulheres e crianças ocasionada pela fome? Será que não é ilusória a esperança de que aconteça a regeneração total do homem através do nascimento de Cristo? Não!!! Todas estas terríveis realidades revelam ainda mais que os homens precisam de Deus, precisam que Jesus nasça para trazer-lhes a salvação. Ao contrário do que muitos de nós pensa, os acontecimentos trágicos que os homens contemplam são sinais de que o mundo precisa de salvação, precisam de Jesus e é exatamente aí que o Natal se enche de significado. A vinda de Jesus ao mundo tem o objetivo principal que é libertação do homem de todo o mal e a reconciliação com Deus.
Como escreve o Cardeal Carlo Maria Martini (1999: pp.19-20): "O Natal não é um prêmio para o ser humano bom. É, sim, oferecer salvação a uma humanidade que, efetivamente, é má e que tem necessidade de sentir a urgente necessidade de mudar de caminho se não se conformar em perecer. Não, sozinho o ser humano não sabe o caminho da paz, somos novamente surpreendidos pelos gritos da violência... Em momentos como esse, a mensagem da salvação oferece ao homem humilhado e dividido, o chamado para a dignidade da pessoa que nos vem do nascimento de Jesus, em momentos assim, mais do que nunca, é necessário que um prudente otimismo não ceda lugar à descrença e ao desespero... Sem cessar, importa apontar para o homem um caminho que o guie para fora das suas vielas escuras para as quais quer arremessá-lo a sua desordem".
É exatamente "em um mundo marcado pelo pecado, que errou bastante acerca do conhecimento de Deus, onde reinam tantos males, o ocultismo, a não conservação da pureza nem na vida, nem no matrimônio, a impureza, o adultério, sangue, crime, roubo, fraude, corrupção, deslealdade, revolta, perjúrio, perseguição dos bons, esquecimento da gratidão, impureza das almas, inversão sexual, desordens no casamento, despudor e etc, e ainda se diz em paz" (RVS 135), num mundo marcado pelo aborto, pelas drogas, pela ânsia de poder e de ter é que Deus olha os seus queridos, os seus bem-amados e envia seu Filho ao mundo para salvá-lo e Jesus amou tanto o mundo que morreu numa cruz por todos.
Deus vê a incredulidade, as guerras, as injustiças, as divisões, as discórdias, o indiferentismo religioso; vê as multidões exaustas e prostradas "como ovelhas sem pastor" (Mt 9,35) e seu coração se enche de compaixão dos seus queridos, dos seus bem-amados e se faz carne, habita entre os homens, "Ele que tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz" (Fil 2,6-8). O amor misericordioso de Deus é a mola que o impulsionou a vir ao mundo para salvá-lo. Quanto mais os homens manifestam a sua desordem, mais precisam do Pai compassivo, que o ama acima de todas as coisas, que o ama com amor eterno, pessoal, um amor que não coloca condições, um amor gratuito. O coração compassivo de Deus não deixou o homem a mercê de seus pecados, de suas fraquezas, dos seus sofrimentos, por isto o Natal é a festa da misericórdia de Deus. Como escreve Raniero Cantalamessa (1993: p.40): "O Natal é a suprema manifestação do amor de Deus: nele se manifestou a bondade de Deus e o seu amor pelos homens. Este é orvalho que no Natal se destilou dos céus, a doçura que choveu do alto".
Só compreende mistério do Natal quem mergulha o coração nele, com Jesus, quem não fica na superficialidade, nos presentes, nas guloseimas, mas penetra no íntimo do mistério: "A encarnação de Jesus, o nascimento de Jesus, realiza duas coisas muito importantes na vida dos homens, a primeira lhes enche de amor e a segunda, lhes dá a certeza de sua salvação. A caridade que ninguém pode compreender! O amor além do qual não existe amor maior: o meu Deus se fez carne para me fazer Deus! O amor desentranhado: destruíste-te para construir-me. O abismo do teu fazer-te homem arranca dos meus lábios palavras tão desentranhadas. Quando tu, Jesus, me fazes compreender que nasceste por mim, como é glorificante para mim compreender um tal fato!
(B. Angela de Foligno).

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