Em um livro de entrevistas a ser lançado na terça-feira (23), o Papa Bento XVI afirma que o uso de preservativos é justificado "em certos casos", especialmente para reduzir o risco de contaminação pelo vírus da Aids. O Papa cita como exemplo uma prostituta que, ao usar o preservativo para se proteger, estaria dando "o primeiro passo para uma moralização".
O livro, que será publicado na Alemanha e tem como título "Luz do mundo: o Papa, a Igreja e os sinais do tempo", é baseado em 20 horas de entrevistas conduzidas pelo jornalista Peter Seewald"No raciocínio do Papa está claro que não pode ser definido uma mudança revolucionária", afirmou neste domingo (21) o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, em nota na qual "explicou" as declarações de Bento XVI sobre a luta contra a Aids e o uso de preservativos, do livro "Luz do Mundo", do escritor alemão Peter Seeewald.
Perguntado sobre sexualidade, Bento XVI diz no livro que "se basear só" no preservativo significa "banalizar" a sexualidade e isso faz com que muitas pessoas não vejam nela a expressão do amor, "mas uma espécie de droga, que fornecem a si mesmos".
Mas acrescenta: "Podem ter alguns casos em que se justifique o uso do preservativo, quando, por exemplo, uma prostituta utiliza um profilático. Isso pode ser o primeiro passo em direção a uma moralização, um primeiro ato de responsabilidade, consciente de que nem tudo é permitido e não se pode fazer tudo o que quer", afirma.
Segundo Federico Lombardi, as palavras do Papa "não mudam as doutrinas da Igreja, mas as reafirmam na perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade".